sexta-feira, 20 de abril de 2012

 À Lu...


Bendita a hora em que mergulhei nesse lago profundo.
Eu não sabia nadar e  pensei que me afogaria em poucos segundos.
Percebi, então, que não seria a minha falta de experiência em águas abundantes que me mataria.
Aprendi a boiar e respirar.
Mantendo a calma, pude mover os braços e os pés, simultaneamente.
Assim criei a coragem de nadar.
Eu precisei respirar a umidade para me sentir seca.
As águas do lago teu que me ensinaram a ser eu mesma.
Elas me impulsionam a fugir do medo; a largar os botes que me salvariam em outrora.
Abandonei o barco que furou e tranquilamente aguardei a submersão.
Sem temor, sem desespero, eu afundei sorrindo; e num impulso, quase que por instinto, fui a diante.
Movendo o corpo para frente te vi, sob lua, nua e rígida a me esperar.
Flutuei nos olhos teus e voltei a respirar nos teus braços.
Esqueci da apnéia quando senti teu coração bater mais forte que a coragem que criei de atravessar o lago só para te ver.

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