quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Olhos pardos...

Belo moreno que me tira dos enredos.
Pele morena que quero morder com carinho.
Argila de bronze que me enrosca o corpo todo.
Anjo de carne que assegura o vôo.

Segura teu premio, meu êxtase.
                                        Pega-me  como troféu das batalhas incansáveis.
Suja minha roupa com tua água benta.
Descobre o que quero lendo minha postura.

Pardo que colore os olhos gateados.
Rosto de dor esquecida pelo acaso.
Gosto de incerteza do itinerário.
Castanho olhar da noite que me cobre.

Prova do meu inesgotável louvor.
Sinta-me de uma maneira incomum.
Diferencia-te de mim.
Procura-me e acha-me em teus braços.

Marcante traçado de forma humana.
Doce impureza que me toma de semelhança.
Garoto que cresceu sem ter sido criança.
Tão caro como ouro ou mirra.

Faz-me mais mulher pra ti.
Traz-me a indolência de querer-te bem junto.
Afoga-te em meus seios de paixão.
Leva-me ao teu esconderijo sem dizer-me aonde iremos.





quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011


Mas será mesmo que os anjos são crianças???
Cresci de um modo igual ao seu, porém fui menos lisonjeada.
Eu me perdi e ninguém me perdeu de vista. Fui longe nas pedras falsas e lisas, escorreguei e caí.
E agora me vejo vejo nua no colchão com o cheiro do passado. Cheiro gostoso de quem eu reconheci.
Sei que deveria estar feliz demais, mas a dor da perda ainda me corroe. E não por ele, por tudo, menos por ele.
Posso finalmente amar, posso sentir o que é o amor.
O calor que a solidão me tirou.
Posso viver por nós; ou morrer em seus braços.
Devagar irei às pedras firmes e seguras com a força de vontade de reconquistar o todo universo que ele habita.

Escrito em 1° de Março de 2007