sexta-feira, 23 de setembro de 2011


Hoje o dia chegou assim, um tanto frio... frio de pouco intenso, não de temperatura. E eu me senti um tanto desanimada, da vida, da rotina, do cotidiano. Um dia assim me faz parar as coisas motoras que me movem. Não é bom nem é ruim, é insosso. Começou a garoar, eu precisei recolher, as roupas, os tapetes, a extroversão. A parte boa é estar em harmonia com a vida, é estar em sintonia com a espiritualidade, mesmo tendo cá meus questionamentos. Minha casa é escura, não tem janelas focando um gramado longo cheio de árvores no quintal, e isso é tudo o que eu desejaria num momento assim, ver as gotículas pousando nas folhas verdes enquanto descanço num sofá. Hum... agora lembrei, a Primavera chegou! Eu gosto muito desta estação, esperava anciosa por tê-la, mas ela veio e eu nem comemorei... quanta falta de consideração a minha.
Eu li uma crônica da Maitê Proença onde ela se questiona sobre a influência da beleza diante de um escritor, se existe uma inspiração maior em quem vê a natureza exuberante através de sua janela, por exemplo, ou se quem olha de seu vidro e enxerga o concreto, o  humano, o cinza, terá bons rascunhos para expressar sua visão da vida. Deve ser indiferente, não é mesmo? Pois enfim, tanto faz se você abre ou não sua vidraça, a beleza estará ali, dentro de você, e às vezes ela se esconde de você mesmo,sendo necessário pensar e sentir um pouco mais para revê-la. Hoje eu busquei a inspiração longe das janelas, estou embaixo de lâmpadas...
Mas esta tarde recém começou, não vou me basear em um dia infértil. Afinal as flores só se exibem por terem uma fase de inflorescência.

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